Blasfémia, digo eu
Há dias, pessoa amiga disse-me que julgava notar influências de Torga naquilo que eu escrevia. Não sei se se referia à prosa ou aos arremedos em verso. Em todo o caso, fiquei embaraçado e agradecido. Mesmo que o «elogio» seja imerecido ou desproporcionado, tal é a dimensão do Torga, fico-lhe grato. Para mim foi um grande elogio. Dos maiores.
Das coisas que mais gosto no Torga é do seu estilo enxuto e da escolha criteriosa das palavras. Como ele, poucos têm esta capacidade ímpar de, com poucas palavras ou frases, escritas sem rodeios e com uma precisão incrível, milimétrica, descreverem, definirem, retratarem uma paisagem, uma cena da vida ou da morte, um local, um estado de espírito ou de alma. Torga é isto e isto é Torga.
A pessoa amiga é isso mesmo: uma pessoa amiga. Detectar naquilo que escrevo influências do Mestre só mesmo em nome da amizade, tal a blasfémia. Não faz mal. Em nome da amizade, perdoo-lhe a blasfémia.
Das coisas que mais gosto no Torga é do seu estilo enxuto e da escolha criteriosa das palavras. Como ele, poucos têm esta capacidade ímpar de, com poucas palavras ou frases, escritas sem rodeios e com uma precisão incrível, milimétrica, descreverem, definirem, retratarem uma paisagem, uma cena da vida ou da morte, um local, um estado de espírito ou de alma. Torga é isto e isto é Torga.
A pessoa amiga é isso mesmo: uma pessoa amiga. Detectar naquilo que escrevo influências do Mestre só mesmo em nome da amizade, tal a blasfémia. Não faz mal. Em nome da amizade, perdoo-lhe a blasfémia.
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