Perigo: inflamável!
A hipótese de escrever um livro começava a esfumar-se. A continuar assim, de fumaça ainda se passava para incêndio e aí teriam de chamar os bombeiros ou decretar um alerta da protecção civil. À cautela, seria melhor comprar um extintor. Daria um salto a uma loja e veria o que havia. Assim pensou, melhor o fez. Quando lá chegou, apresentou o seu problema. Disseram-lhe para não se preocupar, pois já estavam habituados. Pelos vistos, a clientela de potenciais ou nunca assumidos escritores constituía a maior parte dos clientes. Havia de tudo, mas os piores eram os escribas que apareciam de meia em meia hora, alucinados, a dizerem que a papelada lhes estava a queimar os cortinados e a esturricarem as prateleiras onde a patroa guardava as fotografias das férias. Era no que dava serem prolixos na escrita e inflamáveis nos temas... A alguns era melhor retiraram-lhe o papel e as canetas, aconselhara a protecção civil.
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