30 outubro 2016

Recreio

Naquele dia, Napoleão decidiu passar a chamar-se Maradona. Agora só falava Espanhol e marcava golos com a mão, não a de Deus mas a sua, de Napoleão. Maradona não gostou e tirou-lhe a braçadeira de capitão, no seu caso marechal, e mandou-o para Santa Helena, dando-lhe dinheiro para o táxi, pois era um coração bondoso e as moedas pesavam-lhe, dadas por Judas. Napoleão irritou-se e mandou Maradona «à la merde!», que era a maneira francesa de lhe dizer que tinha ficado sentido. Acabaram por fazer as pazes e jogar uma sueca, mas Maradona perdeu-se de amores por uma dama, de copas, por sinal, chamada Josefine, e Napoleão fez uma renúncia, cortando-lhe os paus, que até eram dele, note-se, mas lavava a honra. Aqui os enfermeiros intervieram e declararam o fim do recreio, que Napoleão e Maradona se dispunham a cumprir caso pudessem convidar o Nobel, Bob Dylan, a cantar ao lanche uma das suas musiquinhas, assim lhe conseguissem ligar.

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