15 fevereiro 2012

Ir ao cinema para aprender

A primeira informação acerca de um tema ou acontecimento (mundano, artístico ou científico) ocorre, muitas vezes, através do cinema. Para os espectadores, esta possibilidade pode representar uma mais-valia e um atractivo suplementar para a frequência das salas, pese embora o desconforto que esta perspectiva possa provocar nos cinéfilos mais puristas, que invocarão (provavelmente com razão) que este não é o objectivo primordial do cinema, podendo apontar a literatura, a imprensa ou outros meios de comunicação e divulgação como os mais consentâneos para satisfazer a necessidade de informação a que acima se aludiu.
Quando a ida ao cinema revela a descoberta ou sensibiliza para determinado tema ou contexto retratados, isso pode ter acontecido na sequência de uma experiência não-premeditada, desconhecida antes do início do filme, ou premeditada, isto é, fruto de uma opção para privilegiar o registo cinematográfico como a forma mais acessível ou «fácil» para que um público generalista possa aceder a temas complexos ou especializados, sob a forma de «ficar a saber algo mais sobre este ou aquele assunto», dispensando o investimento intelectual e os recursos documentais que isso implicaria, caso a opção fosse de outra ordem.
Os frequentadores das salas de cinema fazem-no porque gostam de cinema, independentemente das razões que os levam lá: lúdicas, profissionais ou artísticas. Muitos aproveitam a mais-valia informativa e de divulgação proporcionadas pelo cinema, que poderão rentabilizar ou não de outras formas, mas não esquecendo que foi graças ao cinema que essa aquisição se fez e em que condições. Qualquer um de nós poderá aferir acerca da sua experiência neste domínio e concluir se, sim ou não, isso se verificou alguma ou várias vezes. Quem sabe (?), talvez se descubra que foi duma experiência dessas, precisamente, que acabou por nascer um cinéfilo…

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