É para uma boa causa
Viu-se ao espelho. Achou-se com um ar cansado e ligeiramente baço. Com os dedos, esticou levemente a pele por baixo dos olhos e procurou disfarçar as olheiras. Era inútil: estava velho e sabia-o.
Voltou a olhar-se no espelho e procurou um vislumbre de como era quando jovem. Apertou ligeiramente o nariz. Era um gesto costumeiro, aquele de apertar ligeiramente o nariz, o que revelava alguma preocupação. Olhou de viés, à procura de encontrar um perfil esquecido. Nada parecia resultar. Resignou-se.
Acendeu um cigarro e lançou duas baforadas para o espelho, como se expelisse de si algo de pesado e procurasse no vidro uma resposta.
Maria - chamou - traz-me a carteira!
Contou duas moedas, uma a seguir a outra, de igual valor, e pediu-lhe:
- É para o Presidente Aníbal. É para uma boa causa, pois está a precisar.
Fechou a porta e voltou a olhar para si, reflectido no espelho, de cigarro aceso. Parecia rejuvenescido.
Voltou a olhar-se no espelho e procurou um vislumbre de como era quando jovem. Apertou ligeiramente o nariz. Era um gesto costumeiro, aquele de apertar ligeiramente o nariz, o que revelava alguma preocupação. Olhou de viés, à procura de encontrar um perfil esquecido. Nada parecia resultar. Resignou-se.
Acendeu um cigarro e lançou duas baforadas para o espelho, como se expelisse de si algo de pesado e procurasse no vidro uma resposta.
Maria - chamou - traz-me a carteira!
Contou duas moedas, uma a seguir a outra, de igual valor, e pediu-lhe:
- É para o Presidente Aníbal. É para uma boa causa, pois está a precisar.
Fechou a porta e voltou a olhar para si, reflectido no espelho, de cigarro aceso. Parecia rejuvenescido.
Etiquetas: Historieta
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