19 janeiro 2007

Quarteto

Tenho, do cinema Quarteto, uma memória simpática e nostálgica: programação interessante, um conceito de sala acolhedor e inovador, uma localização favorável, um local de eleição para quem gostava de cinema ou, pelo menos, de uma certa ideia do cinema. Na fase em que mais frequentei os cinemas, muitos dos bons filmes que vi foi lá que os vi; muitos realizadores, actrizes e actores foi lá que os descobri.
O Quarteto marcou uma época, aquela que precede o aparecimento das grandes superfícies, aquela em que era frequentado por um público maioritariamente jovem, interessado e motivado para o significado do que representava a ida ao cinema, uma experiência simultaneamente lúdica, social e intelectual.
Para nós, pequenos "aspirantes a intelectuais", ir ao Quarteto era um ritual de veneração, quase como que ascender a uma espécie de "Olimpo". Onde só iam os iniciados, está bem de ver, que a devoção era levada a sério.
Voltei lá hoje. Foi bom recordar, apesar das diferenças. Que são grandes. O tempo não volta atrás.

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