15 janeiro 2007

Aborto

Sobre o aborto, o que eu menos tenho são certezas. Serei o único? Penso que não. Apesar dos grupos constituídos, da atenção crescente da comunicação social, da aproximação do data do referendo, o que é que há que ajude a parte significativa da população - ninguém se iluda! - a fazer uma opção livre e consciente? Alguém tem uma resposta? Pelo que tenho visto, duvido. É certo que há esforços sérios de alguns, não da maioria, para que o debate se estabeleça de forma séria e construtiva. E estes esforços existem nos dois campos, haja honestidade intelectual suficiente para o reconhecer. Este é um tema que mereceria, de todos, uma atenção e uma dignidade exemplares. Não estamos a falar de uma brincadeira ou de algo inócuo. Talvez como poucos, trata-se de uma matéria que mexe e questiona, profunda e intimamente, cada um de nós. Tratá-lo como um tema de disputa entre «Bárbaros e Neandertais», numa síntese feliz e elucidativa de um jornalista do DN, João Miguel Tavares, significa, sem mais, que o essencial passa ao lado, escondido e envergonhado. E esse, queira-se ou não, continua a atormentar a cabeça, as convicções e os pensamentos de muita gente. Gente que, como eu, gostaria, honestamente, de fazer a melhor opção e não sabe como. Alguém duvida?

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