31 agosto 2020

Com e sem o monólogo

Apeteceu-lhe um passeio e convidou o monólogo para o acompanhar. Não sendo de muitas falas, o monólogo era uma boa companhia num passeio ou numa ida ao cinema. Para as compras não, pois não estava habituado. Quando o acompanhava, tinha uma média de intervenções de duas ou três, dependia dos dias ou do estado de espírito. Compreendia-se. Era mais um observador do que um falador. Nos dias de maior exuberância, levantava o polegar quando concordava ou queria sublinhar alguma coisa importante. Também não se importava se não o convidassem, pois isso permitia-lhe ficar em casa, a ler, coisa de que era um particular entusiasta (levantava os dois polegares, nesta situação). E dava de comer ao Senupe.

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