Ripar
Ripou de um papel e fez de conta que estava tudo bem. Ainda não era o momento das interrogações, mas elas chegariam. Como de facto e à hora aprazada. Umas eram mais exuberantes do que outras, mas mesmo estas não eram de somenos, quiçá até mais pertinentes. Para evitar o granel havia que começar por discipliná-las, o que seria difícil dada a sua natureza. Talvez o exemplo fosse mais eficaz, nunca se saberia, mas era aquilo de que se poderia dispor, assim do pé para a mão. Por isso, ao pigarrear a voz deu-lhe para exortar os modelos que conhecia e a que estava habituado, desde sempre ou pelo menos na maior parte do tempo. Começou por um simples, de tempos já idos, mas ainda com aplicação ao presente, com mais ou menos actualizações, consoante os gostos. E o seu até nem era dos mais esquisitos, veríamos qual seria o da audiência... Porquê questionarmo-nos, pensou, se o ripanço era o que era, uma libertação? E a isto as interrogações não responderam, presumindo ele que por concordância ou, quem sabe?, por se encontrarem no dito cujo.
Etiquetas: Filosofia
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