Fora de horas
Olhou para o espelho e assustou-se. Não, não, não! Três vezes não, se não se enganara nas contas. Como era possível? Alguém lhe disse que esgotara o timing. Como, se apenas tinham passado três, quatro dias?! Pois era, não havia nada a fazer... a máscara de Halloween que fizera com tanto carinho e esmero não podia ser usada... Só para o próximo. A sugestão de «no Carnaval, talvez, ninguém notava ou levava a mal...» foi liminarmente recusada, sem direito a recurso. Não. Alguma coisa tinha que ser feita! Pensou num anúncio, do tipo «Animação em festas de anos, despedidas de solteiros, bons preços, telefone tal», e pô-lo online. Responderam-lhe logo, mais minuto menos minuto. Era de uma família de bruxas, que recebia uns primos do ramo zombie. Só teria que ter cuidado com as abóboras e com as velas, que tinham sido pró carote. Quanto aos comes e bebes tudo bem, que eram por conta da casa. Depois de tudo acertado, esperou pela vassoura. Não demorou muito. Por sugestão sua, fizeram um pião por cima da casa da noiva e seguiram em direcção ao evento, com direito a fanfarra (esta parte foi inventada).
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