Choque e magia de … (Natal, esse mesmo)
Era para ser um típico dia de vésperas de Natal, pelo menos naquela parte do mundo. Despejar alegremente a carteira e vir a fazer equilibrismo com os embrulhos era o mote. Na dobrar da rua, um choque insólito agitava o momento, tendo por protagonistas um meio-fundista (parecia) e um vulgar peão (parecia também), caminhando a exercitar as pernas e, talvez, para aliviar a cabeça. Na ausência de sinal ou de espelho, o choque tornara-se inevitável, quiçá por acaso ou por pirraça do destino, tal e qual, também se podendo chamar-lhe fado, não hilário, mas coincidência. Palavra puxava palavra, mais do peão, note-se, do que do fundista, que preferia os alongamentos, a coisa ameaçava complicar-se, prevendo-se distúrbio em potência, mesmo que sem colete. Urgia, pois, chamar as autoridades. Que apareceram e ouviram os intervenientes, que argumentavam e defendiam os seus argumentos, um sobre a prioridade e outro sobre a segurança no passeio, mas onde, pelos vistos, não seria necessário desenhar o croquis de acidente, antes puxar pela fita do bom senso, mais não fosse pela época, que se fez representar pelo Pai Natal, o próprio, estacionando o trenó e as renas em cima do passeio, rindo-se e dizendo «Howow, howow!» e oferecendo uma fatia de bolo-rei. Ou seria rainha…?
Etiquetas: Natal
<< Home