18 setembro 2016

A comuna

Viver em comunidade é um ideal partilhado por muita gente, provavelmente, mas se calhar com poucas concretizações efectivas, comparativamente ao ponto de partida e ao anseio de quem o advoga, pela simples razão de que a utopia que o sustenta raramente se compadece com as exigências e vicissitudes do quotidiano e das idiossincrasias dos seus membros. Mesmo nos casos em que este ideal de vida funcione mais ou menos harmoniosamente, de certo que estas questões permanentemente se colocarão e, por isso, serão sempre matéria que poderão determinar o êxito ou o fracasso da experiência. É curioso ver como neste filme estas questões se colocam e nos fazem reflectir, sobretudo acerca da complexidade e das implicações que um projecto com estas características pode ter na vida e nos anseios do membros da comunidade em causa (mesmo que inicialmente predispostos para aquilo a que se comprometem), sobretudo ao nível dos afectos, mas não só, situação que, quando é extremada, pode atingir níveis insuportáveis de violência psicológica, apesar da utopia.


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