17 outubro 2015

Perdido em Marte

A capacidade para sobreviver em ambiente hostil é uma característica muito valorizada por e nos seres humanos, constituindo, muitas das vezes, o traço de distinção entre o êxito ou o fracasso de uma iniciativa ou empreendimento. Num ambiente como o das viagens espaciais ou o da exploração de outros planetas, essa característica hostil é, por maioria de razão, um dos dados do problema mais acentuados, propícios à idealização ou ficcionização de soluções ou de cenários possíveis, habitualmente transpostos para a literatura ou para o cinema conotados com a ficção científica, palco do agrado de muita gente.
O filme Perdido em Marte alimenta-se deste húmus, apresentando-nos um exemplo do que poderia ser, de acordo com a ideia e guião dos autores, o quotidiano e a sobrevivência de um astronauta no planeta vermelho, dado como morto e deixado para trás na sequência da evacuação de emergência da missão de exploradores de que fazia parte, e que tem que fazer pela vida (literalmente) para se ir aguentando e esperar que haja condições para que o resgatem, recorrendo a tudo o que sabe e aprendeu, num exercício de adaptação ao que há e ao que se arranja, fazendo lembrar o velho MacGyver ou, mais recentemente, as séries de televisão, do tipo «Sobrevivência», em que alguém, despojado dos recursos e utensílios da vida protegida, é lançado num território ou num ambiente não familiar, hostil ou perigoso.


Etiquetas: