14 setembro 2009

Consumo(s)

O «consumo responsável» é a mesma coisa que o «consumo sustentável»? Há quem defenda que sim e há quem defenda que não. Parece uma daquelas questões bizantinas, mas garanto que é uma questão real e motivadora de defesa apaixonada, sobretudo pelos defensores da tese da sua «não equivalência». Para os que defendem a sua aproximação, diria mesmo a sua sinonímia, o tema é abordado e defendido de forma mais tolerante, mas solidamente sustentada. Como disse anteriormente, se não tivesse presenciado, ao vivo, a dita oposição de perspectivas, pensaria que era mais uma das típicas discussões de compatriotas, mais ou menos formados, em que se é tentado a privilegiar a forma em detrimento do conteúdo. Diria mais, é uma das formas de estar típicas de um certo tipo de eventos, propícia a fazer sobressair a componente retórica em desfavor da busca e da concretização de alternativas ou soluções práticas exequíveis. Para além disso, pareceu-me que o que estava implícito no debate era também uma outra nossa forma de ser - a da evidência e do peso do «argumento da autoridade», estratégia habitualmente utilizada para fazer virar o debate a nosso favor, opção que, no entanto, pode vir a virar-se contra o seu autor, designadamente se o opositor não se intimidar ou deixar impressionar. Que foi o que aconteceu.
Para o que me interessa, para mim não há conflito nem contradição na assumpção da sinonímia entre as duas expressões, «consumo responsável» e «consumo sustentável», uma vez que não vejo a razoabilidade de que se possa entender que há um «consumo responsável» que não seja «sustentável» ou que um «consumo sustentável» não seja, por si próprio, um «consumo responsável».

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