Destruir Depois de Ler
É curiosa a influência que os outros podem exercer sobre nós. Real ou imaginada, mas sempre presente. É a primeira coisa que me apetece escrever sobre o filme de Joel e Ethan Coen, os irmãos Coen, Destruir Depois de Ler.
Ao princípio - lá está, a influência ... -, pessoa conhecida tinha-me dissuadido de o ver. Ainda bem que não fui na conversa, pois gostei e achei o filme bastante interessante.
É uma história de enganos, equívocos, desencontros e desamores. Uma história humana, portanto, e praticamente universal, mesmo que retratando e centrando-se na América. É uma história americana, sem dúvida, mas também reprodutível noutros países, mais ou menos ocidentalizados.
Muitas das fobias e psicoses actuais (o culto do corpo e da imagem, a paranóia securitária, o poder do dinheiro e a crise das instituições, quaisquer que elas sejam) se plasmam neste filme. É um cenário quase irreal, de tão absurdo e vazio, frequentado por almas perdidas na sua insignificância ou irrelevância, mesmo que não aceites ou negadas.
Talvez a melhor síntese do verdadeiro significado do filme, suficientemente negro e cómico, seja uma frase da personagem interpretada por John Malkovich, a do analista da CIA, quando diz que passou toda a sua vida na Agência a evitar que «os idiotas» fizessem ou não fizessem algo errado.
Parece-me uma boa caracterização esta, a de atribuir culpas de tudo aos «idiotas» (quaisquer que eles sejam), atendendo à definição que o dicionário lhes dedica: «faltos de inteligência; parvos, estúpidos; ignorantes; imbecis». Que, note-se, existem e se reproduzem nos mais variados sectores, lugares ou actividades.
Depois de ver o filme, acho que os irmãos Coen têm razão. Será que é só uma história americana?...
Ao princípio - lá está, a influência ... -, pessoa conhecida tinha-me dissuadido de o ver. Ainda bem que não fui na conversa, pois gostei e achei o filme bastante interessante.
É uma história de enganos, equívocos, desencontros e desamores. Uma história humana, portanto, e praticamente universal, mesmo que retratando e centrando-se na América. É uma história americana, sem dúvida, mas também reprodutível noutros países, mais ou menos ocidentalizados.
Muitas das fobias e psicoses actuais (o culto do corpo e da imagem, a paranóia securitária, o poder do dinheiro e a crise das instituições, quaisquer que elas sejam) se plasmam neste filme. É um cenário quase irreal, de tão absurdo e vazio, frequentado por almas perdidas na sua insignificância ou irrelevância, mesmo que não aceites ou negadas.
Talvez a melhor síntese do verdadeiro significado do filme, suficientemente negro e cómico, seja uma frase da personagem interpretada por John Malkovich, a do analista da CIA, quando diz que passou toda a sua vida na Agência a evitar que «os idiotas» fizessem ou não fizessem algo errado.
Parece-me uma boa caracterização esta, a de atribuir culpas de tudo aos «idiotas» (quaisquer que eles sejam), atendendo à definição que o dicionário lhes dedica: «faltos de inteligência; parvos, estúpidos; ignorantes; imbecis». Que, note-se, existem e se reproduzem nos mais variados sectores, lugares ou actividades.
Depois de ver o filme, acho que os irmãos Coen têm razão. Será que é só uma história americana?...
Etiquetas: Cinema
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