Nomadland - sobreviver na América
Ser ou estar nómada é uma fatalidade ou uma escolha...? Consoante a perspectiva ou o olhar, não há uma resposta unívoca. Também não é irrelevante, parece-me, a dimensão do espaço e a tradição existencial-cultural que podem estar associadas a essa situação. E, neste domínio, por facilidade, predomínio noticioso ou relevância de ordem diversa, os Estados Unidos aparecem como uma das referências óbvias e imediatas, pelo menos para a parte ocidentalizada do mundo. O filme incorpora e reformula, à sua maneira, este tema, colocando questões pertinentes a quem o visiona, mais não seja pelo conhecimento de algumas realidades e histórias de quem escolhe ou se vê obrigado a escolher esta particular forma de vida, sendo redutor olhá-la por prismas tentadores e imediatos, por demasiado fáceis. E daí resulta também algum incómodo, sub ou inconscientemente, para não dizer uma tentação, ainda que efémera, que se perfila na pergunta: como seria, se fosse comigo...?
A imensidão do espaço e da solidão podem ser avassaladoras, mas simultânea e paradoxalmente um apelo intrínseco e chamativo. E a resposta tem que ser cada um a dá-la, sem compromisso ou tolhimento. É esse o espírito.
Etiquetas: Cinema
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