14 agosto 2020

Tem de ser, Senupe

Abriu o armário das surpresas e espreitou lá para dentro: o cheiro a mofo, ligeiro, aconselhava a fechar a porta com delicadeza.

Tentaria o moleskine (artesanal, nada de confusões, com folhas do mais genuíno papel de fotocópia, da edição de 1973, coloração ligeiramente amarelada), porto seguro de inspirações (e algumas expirações, também), algumas epifanias e profusas listas de compras para supermercado, detalhadas por tipo de produto, peso, e conteúdo nutricional. Mas debalde, também: «Encerrado para férias. Por favor, não incomode».

Que fazer...? 

Fixando-se no 'debalde', algo lhe espicaçava a curiosidade. Um som...?, Uma referência...?, Uma memória...?

Olhou para Senupe e não gostou do que viu... Iria buscar o balde. À falta de melhor, daria banho ao cão.



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