Buffet frio
Não havia muita coisa que ver: alguns melões, meia dúzia de melancias, batatas, cebolas, alhos e alguns tomates. Para banca, era fraca. Ao lado, ainda era pior: textos manhosos, livros sem jeito, manuscritos descosidos. Dentro da vasilha, algumas expressões: idiomáticas, umas, chulas, outras, mas também de origem. Pediu que lhe tirassem uma malga delas, a ver no que dava. Pagou e foi para casa. Passou-as por água e puxou por uma: «Tanto se lhes dá como se lhes deu». Estava um bocadinho mortiça, talvez da salmoura, ou por ser de sua natureza. Mas, agora, já não havia volta a dar: tinha que lhe pegar e fazer qualquer coisa com ela. Era esse o acordo... Olhou para o relógio. Tinha um tempinho, ainda. Poderia fazer uma marinada, a ver se apanhava um saborzito, esperando não ficar muito envergonhado quando a servisse... À cautela, comprara um frango.
Etiquetas: Gastronomia
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