Epístola/Carta a quem quiser
Já não se escrevem
cartas. De amor, de exortação, de elogio, queixa, nada. Perdeu-se um hábito e
não se encontrou outro que o substituísse. Ou talvez não, a fazer na fé nas
ferramentas informáticas e na Internet. Só que aqui as coisas passaram a ser
diferentes: onde nas cartas imperava a gramática e o sentimento, nas redes
valoriza-se o efémero e o episódico.
Confronto-me com a
primeira das dúvidas: a quem é que esta se dirige...?
Em seguida, o estilo:
exortação ou troca...?
O caminho faz-se escrevendo. Por isso, lá vai.
«Esta que te envio é
remetida sem selo. Se for preciso pagas tu e depois acertamos contas. Desculpa
o começo, mas é melhor assim. Na vida e nas cartas deve imperar a verdade. Se
tiveres que a torcer, fá-lo devagarinho.
Por aqui as coisas vão andando. Espero que também por aí. Sobre o ali não pergunto, mas tu sabes porquê.
A vida continua. É um desejo, mas também uma certeza!
Haja saúde. E que coza o forno!
Até breve, mas talvez demore.
Assinatura: a rogo, mas seja criativo».
Etiquetas: Sociedade
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