01 fevereiro 2020

Fo(two)cópias

As fotocópias pareciam idênticas, gémeas. Pelo menos para o vulgo. À medida que os dias passavam, uma delas foi dando mostras de comportamento peculiar e a justificar intervenção especializada. As queixas tinham um fundo comum, apontando para uma suposta diferença. Questionados, os pais juravam a pés juntos que não, que eram cismas. Apenas. Mas a queixa continuava (teimando em não ser esquecida), até ao dia em que alguém, mais expedito ou incomodado, resolveu dar-lhe ouvidos e solicitou o teste (do tóner, alerta-se já, evitando a tentação de confusão com um outro, o do algodão, mas igualmente fiável nos resultados de não-engano).
Conhecido o resultado, confirmou-se que existia uma diferença, na ordem dos 15%, motivo suficiente para um pedido de indemnização caso a queixosa quisesse dar seguimento. Era uma consequência da política de poupança e das recomendações sobre práticas ambientais, disseram-lhe, que tivesse isso em consideração, caso decidisse accionar o pedido, e apresentavam as suas desculpas. Solicitou tempo para pensar, comprometendo-se a dar a resposta daí a dois parágrafos.
Parágrafo seguinte (saltar ou usar como aprouver ao leitor)...
Parágrafo da resposta: Desculpas aceites, dado que era para o planeta.





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