19 janeiro 2020

Indiana Jones não passou por aqui

Deixemos os armários e falemos das gavetas. Podem ser de armários, cómodas ou roupeiros. Para os escribas, há umas especiais. São aquelas onde se guardam as obras, livros ou livrinhos, que antes de o serem já o eram. Todos as têm. As deste ficaram na casa antiga, e por lá ficaram. Mas hoje abrem-se. Porque sim.  
A gaveta é uma ficção. Também pode ser uma caixa de sapatos, se é que ainda há caixas de sapatos a fazerem de gavetas. Parece que sim, que as há. Tinha aí umas três, que lhe parecia um número mais plausível do que dizer uma dúzia, mais adequado a ovos ou a rebuçados. Também tinha uma caixa de botas, mas que não era para aqui chamada, pois está retirada e goza um merecido descanso.  
Três caixas de sapatos mas só meia a fazer de gaveta. É pouco, reconhece-se, mas suficiente para a obra, sobrando ainda algum espaço. Que pode ser usado para colocar meias, lenços ou cuecas.  
Teria gostado de uma cómoda. Como não pôde escolher, ficou a caixa de sapatos. E foi para lá que foram as obras. Que são poucas, mas são as que há. Se fossem muitas, as caixas não chegavam. E o espaço também não. É melhor assim. Este texto vai para lá, assim que o acabar. Quando acontecer, porá o chapéu.

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