29 dezembro 2012

Fósforos

Do pouco ou muito que se sabe, se calhar a globalização também é isto: fósforos. Imaginemos três países, A, B e C, e um habitante de A. O habitante de A precisa de fósforos e compra-os na primeira loja que encontra, cujos donos são de B, e fabricados em C. O habitante usa os fósforos e confronta-se com vários factos inolvidáveis, ligeiramente perigosos, alguns, todos hilariantes: facto 1: riscar o fósforo e ele não acender, qualquer que seja a faixa de lixa; facto 2: acender parte e logo apagar; facto 3: o fósforo acender-se ao retardador; facto 4: recorrer a outro acendedor, por exemplo um isqueiro, para queimar os fósforos que não acenderam total ou parcialmente, factos 1 e 2, com receio de combustões inadvertidas; facto 5: fazer uma pequena prece e evitar queimadelas indesejadas, relacionadas com o facto 3; facto 6: dizer mal da sorte e ir a correr comprar outros fósforos, desejavelmente fabricados em A e, se possível, não comprados na loja dos de B; facto 7: esquecer os fósforos e utilizar o micro-ondas.

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