09 abril 2012

Amigos Improváveis

Ir ao cinema e ver um filme baseado numa história real parece, à primeira vista, uma experiência contraditória, como se a junção dos dois conceitos, ‘cinema’ e ‘realidade’, mutuamente se excluíssem: vai-se ao cinema para «fugir» ou «iludir» a realidade, mas valoriza-se o cinema quando ele se «funda» ou «fundamenta» na realidade. E é este o caso de ‘Amigos Improváveis’.
Do ponto de vista da arte e da técnica, um filme não será melhor nem mais apelativo pelo facto de se basear numa história real, podendo até acontecer o contrário. Quanto às emoções que ele nos suscita, no entanto, algo poderá ser diferente, embora também possa verificar-se um fenómeno de rejeição ou de desapontamento: é a escolha do espectador.
A história de ‘Amigos Improváveis’, uma bonita história, leva-nos ao tema, que não é novo, de como e porquê o relacionamento entre duas pessoas, separadas por tudo, desemboca numa amizade. Contrariando as previsões e as apostas dos cépticos, a vida gosta de nos surpreender. Talvez seja a maneira de mostrar a sua «amizade»: está lá e isso é o que se espera dos amigos. Mesmo que seja um filme.

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