27 outubro 2009

Levar ao colo

No noticiário da Antena 1, hoje de manhã, os destaques eram os seguintes: a vitória do Benfica, por 6-1; a detenção de um padre por causa de umas armas e uma outra notícia de que já me não lembro, mas que era também do domínio do sensacionalista. Sinal dos tempos, opção editorial, o que quer que seja, foi isso que se lançou para o ar. Só poderá talvez surpreender os crédulos ou os incautos, como eu e outros, suponho. Adiante.
O caso do Benfica é paradigmático, porque generalizado a outros órgãos de informação. Que estão a jogar e a produzir espectáculo, com muitos golos, uma raridade para aquelas bandas há uns anos, é um facto e saúda-se, independentemente de razões clubísticas. Que o clube possa ter a maior massa adepta do País - os «tais 6 milhões»... - não me incomoda e até acho graça, dado o óbvio (e inócuo) exagero. Que essa «febre» se extrapole para os órgãos de comunicação, na sua generalidade, é que já não aceito, dado o carácter tendencioso do comportamento. Que a equipa está a fazer uma boa época, mais uma vez é um facto. Que já tenha ganho alguma coisa - e não ganhou -, é outro. Querer levá-los ao colo, como se isso fosse o desejo ou a vontade da maioria das pessoas, silenciosas ou opinativas, é que é questionável. Pinto da Costa tem aqui matéria para cavar uma guerrazita, ai tem, tem... E, ao contrário de outras, com razão, desta vez.

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