11 outubro 2008

António Lobo Antunes

Ontem, na SIC Notícias, António Lobo Antunes foi entrevistado por Mário Crespo, a propósito da edição de um novo livro do escritor. Apanhei a entrevista na sequência de um zapping e por lá fiquei. Ao princípio, fiquei desconcertado mas, com o tempo, acabei por fascinar-me com algumas das respostas, interrogações e - por que não!? -, a manifestação de sentimentos de Lobo Antunes, alguns de índole estritamente pessoal. Neste domínio, foi uma completa e agradável surpresa. Conhecendo mal o autor e a obra, sobretudo os romances, costumo gostar bastante da faceta de cronista, registo no qual vejo plasmados e referenciados muitos dos sinais e da maneira de ser tipicamente portugueses.
Voltando à entrevista de ontem, que teve momentos muito gratificantes, fixei um, particularmente tocante, em que ele se refere à morte do pai e ao impacto que esse facto, a morte do pai, costuma ter e representa para cada um dos que são por ela directamente afectados. Numa imagem poética - belíssima! - e plena de significado, António Lobo Antunes afirmou que o pai representa para os seus filhos, entre outras coisas, alguém que se entrepõe entre eles e as portas da morte. Quando o pai morre, continuava ele, da próxima vez que essa porta for aberta seremos nós que a iremos abrir, já não o pai... Comovente, enternecedor, brilhante! Bravo, António!

Etiquetas: