04 abril 2007

Tiro no pé

O Ministro das Finanças afirmou, na Comissão Parlamentar de Trabalho e Segurança Social, que a lei que limita o vencimento dos quadros da Administração Pública (AP) ao vencimento do primeiro-ministro, que foi aprovada por este Governo, seria «uma fonte de dificuldades» para contratar quadros fora da AP. Curiosamente - ou talvez não - estas regras foram aprovadas quando o ministro era Campos e Cunha, anterior titular das Finanças.
Ao fazer estas afirmações, o ministro deu um autêntico «tiro no pé». Algumas conclusões são lineares:
1.ª - Há uma crítica ao anterior ministro e política. Se não há concordância sobre a lei e o respectivo âmbito, mude-se, assumindo-se isso e o respectivo ónus, se o houver. O que não se pode é «assobiar para o ar», a fazer de conta que não é nada connosco.
2.ª - Só há quadros competentes, tipo «classe A», fora da Administração Pública. Por isso, devem ser melhor remunerados que os «broncos» quadros provenientes da AP. Como incentivo e imagem da Administração Pública e dos seus quadros não está mal, não senhor.
3.ª - Sem a vinda dos quadros «classe A» a Administração Pública não funciona, arrastando-se numa «apagada e vil tristeza». Como parece ter acontecido até agora. É o «efeito Paulo Macedo» a vir ao de cima.
4.ª - Assim se faz a reforma da Administração Pública.

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