18 junho 2006

Deco

Portugal ganhou ao Irão e classificou-se para os oitavos de final. Jogámos melhor do que com Angola, mas ainda precisamos de encontrar uma selecção opositora forte para testarmos o nosso real valor. A passagem à fase seguinte era o mínimo que se pedia, num grupo que era constituído por selecções como Angola e o Irão. Fizemos o que tínhamos a fazer, não há margem para grande espanto. Por isso, ainda é cedo para embandeirar em arco. A seguir, com a Argentina ou a Holanda se verá. E em que o resultado até pode ser airoso, nunca se sabe...
A selecção jogou melhor do que com Angola. E, para que isso tivesse acontecido, lá tivemos o meio campo que, em condições normais, habitualmente joga e joga bem: Costinha, Maniche e Deco. A que se juntou Figo, numa forma técnica e física muito apreciável.
Deco introduz um toque muito especial na equipa. A sua ausência, mais do que qualquer um outro, faz-se notar. Deco ocupa um lugar à parte, qual pêndulo à volta do qual tudo se organiza: pausas, controlo de bola, lançamentos, pressão ao adversário, criação de espaços e, como cereja em cima do bolo, capacidade de remate. O golo que ontem marcou já ganhou, de certeza, o seu lugar nas memórias fotográficas e técnicas deste mundial, onde se têm visto golos espectaculares!
Ainda bem que Deco optou pela naturalização - com a mãozinha de Scolari, é certo - e, com isso, permitiu a sua utilização pela equipa nacional. A selecção ficou a ganhar, e muito, com o seu ingresso. Ou será que alguém ainda tem dúvidas?...

Etiquetas: