14 maio 2022

Sobe e desce sentado...

Como são todas (ou a maioria, pelo menos), mais uma vez o escriba se sentou em frente ao computador e olhou para o ecrã. Não adiantava fechar os olhos, tal a altura, nem iludir que iria trabalhar sem rede, pese embora se encontrasse sentado numa cadeira... Era, ou julgava que seria, um momento mágico, com mais ou menos prestidigitação, logo se veria... Não estava muito confiante acerca do kit de prestidigitação de que se munira, quase a ultrapassar o prazo de validade, veria se ainda com potencialidade suficiente para sacar um ou dois efeitos de magia branca, porque para a outra não estava virado (nem nunca estivera, aliás). À cautela, munira-se de uma cabeça de alho...

Delineou um roteiro de passeio, memorizado há que tempos, mas mesmo assim recompensador, e pôs-se a andar e a falar com os seus botões, ansiosos pela conversa e disponíveis para o que fosse necessário, desde que auscultados. Quanto às pernas, não seria necessário cuidado especial, tal a padronização e o treino quilométrico que traziam, dias e dias, anos e anos.

Outra coisa era a cabeça, matéria para piar e fiar mais fino, escolhesse-se o critério que se quisesse, mas desejável que algum, escolhendo-se o algum de traço fino, por via do calor, em detrimento do algum de traço grosso, mais adequado ao frio e ao terreno saibroso... Estava-se, pois, no domínio do cavar, domínio, por excelência, excelso, decerto concordarão, mesmo não praticando...

Chegados aqui, estava-se num impasse, mexicano ou talvez não, mas um impasse típico, pelo menos, o que quer que isto signifique ou queira significar... E a cabeça de alho germinou, abrindo-se em flor!... 



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