27 fevereiro 2021

Cochino

Somos estimulados pelo ambiente. Muito ou pouco, de forma explícita ou sub-reptícia, o facto é que isso se verifica. Para o bem e para o mal. Mas abrandemos o tom, para retirar alguma carga mais pesada à escrita, e concentremo-nos naquele momento, surpreendente, sem dúvida, em que o que está registado na memória, aparentemente a levedar ou a dormitar, aparece à boca de cena e se mostra ao público, que não contava com ele, mas a quem se reconhece e louva a familiaridade, também a exemplaridade e a expressividade, como são as características das palavras com um significado forte e contundente, como é caso de «cochino», se possível acentuando-lhe a sonoridade com um 'tch' para reproduzir o 'ch', como uma vergasta. Tudo isto a propósito de um episódio do quotidiano, com protagonista humano e sua montada, o carrinho, numa rua ou estrada algures, baixando o vidrinho e fazendo o rouco prenunciador de que vem escarro a caminho, atenção, perigo!, siga a Marinha, que talvez a chuva faça o que lhe pedem para fazer, e não é só fecundar a terra...

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