Avaliador
«Não se aguenta», dizia-lhes. E era a frase que não queriam ouvir. Logo eles, os autores... Ainda tentavam argumentar, mas sem resultado. Era um avaliador de títulos. De livros, propriamente. Muitos consultavam-no acerca dele, mais do que do conteúdo. Também, mesmo que tentassem isso, não os poderia ajudar. Que batessem a outra porta. Não à dele. A dele era a dos títulos. Aos quais atribuía pontos: 1 para esqueça; 2 para vamos a ver e três para aguenta-se. Não passava disto. O certo é que não se enganava. Havia quem dissesse que era feeling e outros que era bruxedo. A todos dizia que era trabalho e o resultado da vara... Quando lhe perguntavam se era literal, dizia que sim. Para os cépticos, dava uma demonstração. Muitos não aguentavam, dizendo-lhe que era uma selvajaria. Ele concordava que sim, mas concluía que não era para o título, mas sim para a vara.
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