A ronha e a manha
A ronha tamborilava na mesa com os dedos. Era um bom dia para isso e a ronha sabia-o. A manha também o achava, mas não o expressava de forma tão evidente, pois considerava-se mais refinada. Pertenciam a ramos diferentes da família, mas tinham brincado juntas. Davam-se até melhor do que os pais, que costumavam ser mais distantes e menos colaborantes. Nem sempre foram assim, mas formas distintas de estar na vida e de ver o mundo tinham deixado as suas marcas. Contudo, as descendentes pareciam não se importar com isso. Até agora, pelo menos. Mas o agora não tem o dom da presciência. Isto não surpreende, é certo, mas serve para colocar um aviso sobre a relatividade das situações.
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