A princesa e o sapo
Uma história deve ser credível. Mesmo que seja para crianças. Se não for credível, não é real. Nem as crianças acreditam nela. Esta não é uma história dessas, das não credíveis. É uma das histórias das outras, das reais. Os personagens da história são uma princesa e um sapo. A princesa é feia e o sapo também. A princesa não tem desculpa, pois é princesa, mas o sapo tem, pois é um sapo. A princesa passeia pelos campos. O sapo folga nos pântanos. Nunca se viram ao vivo, a não ser ao longe. No seu passeio, a princesa costuma acenar ao sapo. O sapo, que não tem mãos, não pode. Em vez disso, coaxa, que é a voz que os sapos usam quando querem falar com os humanos, ainda que sejam princesas. Mas a princesa não sabe o que diz o sapo, pois não trouxe o tradutor para o coaxar, que é caro e nem se sabe se existe. Mas as coisas podem mudar. Mesmo sem o tradutor, o sapo lá se fez entender, o que custou, mas lá conseguiu. Disse à princesa que lhe desse um beijo, se queria ficar bonita. A princesa pensou muito, muito, muito. Acabou por aceitar, mas fez o sapo jurar que casava com ela, se a enganasse. Depois, deu-lhe um beijo. Transformou-se em sapa. Bonita, por sinal.
Uma história deve ser credível. Mesmo que seja para crianças. Se não for credível, não é real. Nem as crianças acreditam nela. Mas esta história não é para crianças.
Uma história deve ser credível. Mesmo que seja para crianças. Se não for credível, não é real. Nem as crianças acreditam nela. Mas esta história não é para crianças.
Etiquetas: Face(stories), Historieta
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