09 fevereiro 2013

Reality

A capacidade de sonhar é uma das dimensões do humano. Há sonhos e sonhos e cada um terá ou quer ter os seus, competindo-lhe, com ou sem ajuda, atribuir-lhes o papel, importância, sequência ou exequibilidade que se considere adequado ao seu caso. Para uns, não passarão de manifestações sui generis do sono; para outros, quimeras ou patamares inalcançáveis; para alguns outros, talvez poucos, mas determinados, objectivos e guia de vida.
No filme Reality é disto que falamos: de sonhos e do que fazer com eles e sobre eles. E é no que se deve fazer aos sonhos, no deve e haver das suas consequências, que a acção do filme se desenvolve, a princípio de forma ingénua e divertida, pueril, até, com resultados preocupantes e desastrosos no final. Numa época cada vez mais dependente da espectacularidade e do efémero mediáticos, para muitos o espaço privilegiado dos sonhos, talvez este filme sirva para nos interpelar e questionar acerca de uma realidade e da fragilidade de uma vivência  perigosa e exclusivamente submetida à dimensão do sonho, com a perda e degradação progressivas das âncoras à realidade. Sonhar sim - porque não? - mas...

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