02 agosto 2012

Policial

Através dos livros, da televisão ou do cinema, a popularidade do género policial  é um facto. Seja qual for o meio de acesso, o escrito ou o audiovisual, ainda que sujeito a hierarquia ou dimensão diversas, este género mobiliza autores e públicos variados, constituindo um excelente exemplo de como o lúdico se entrelaça e entretém com a vida e o quotidiano, em cenário rural, urbano ou futurista, falando dos temas que todos conhecem ou podem experienciar.
Para quem aprecie ou goste do género, fácil será estabelecer as preferências acerca dos autores, dos filmes, das séries ou dos protagonistas das histórias policiais, preferências a que não serão alheios, por certo,  as peculiaridades e as idiossincrasias individuais.
Um bom exemplo disto são as histórias do Comissário Maigret, personagem criado por Georges Simenon, de que só conhecia pela série que passou na televisão, a partir da década de 70 do século passado. Tendo memórias da série e do protagonista, tinha a curiosidade de aceder ao registo escrito de Simenon, mais não fosse pela oportunidade de confrontar o registo audiovisual, aquele que conhecia, com o literário, que desconhecia completamente, pelo menos até ontem, dia em que tive oportunidade de ler uma das histórias de Simenon protagonizadas pelo inspector, Maigret e a Gente de Bem, numa tradução de Vasco Pulido Valente.
A leitura superou as expectativas e gostei do estilo de Simenon, conciso e claro, apreciando igualmente o desenvolvimento da história, feito à vista do leitor, com simplicidade e sequência lógica, sem necessidade de mirabolantes saltos ou congeminações, mas sim de situações e factos comuns, banais e usuais, mesmo, dando um ar humano à história, envolvendo no mesmo manto as autoridades e criminosos, pessoas comuns, ambos. Como Maigret.

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