Cegou-se!
Era dia de festa na terra, mais para os entusiastas da bola, mas para os outros também, pois se celebrava a vitória numa competição importante. O avançado principal da equipa, o goleador, lesionado anteriormente, corria o risco de não poder jogar no jogo da consagração - hipótese para ele impensável e não desejável. Olhou para as ligaduras que lhe aprisionavam a clavícula e fez um ultimato ao mister, também conhecido por treinador: «Tenho que jogar!». A custo, o mister lá anuiu, não sem que avisasse o goleador para os riscos, mas este não vacilou, tal a vontade de participar na festa, que se adivinhava de arromba. Chamou-se o endireita de serviço e ele lá fez o seu trabalho, advertindo o goleador de que a coisa estava tremida e que tivesse cuidado e evitasse os choques. Durante muitos minutos, o avançado assim fez e resguardou-se, assim se passando os minutos. Mas, perto do fim, não resistiu e, num determinado lance, em que a redonda vinha por alto, «cegou-se na bola» - palavras do próprio -, saltou e cabeceou para golo. Golo! O pior foi depois, com os abraços, que foram muitos, e a consequente recidiva da lesão clavicular e a fatal substituição, ponto final no jogo, embora que não na festa que se seguiu, já de braço ao peito...
Etiquetas: Futebol
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