06 novembro 2011

E se falássemos nos mercados?...

Ontem, o Porto empatou em casa do Olhanense (0-0). Não é o resultado que está em causa, mas a exibição e o comportamento da equipa, cada vez mais ansiosa e intranquila, comportamento esse que me parece uma consequência daquilo que está a verificar-se em relação ao treinador, Vítor Pereira, ele próprio um poço de intranquilidade e de ansiedade, a ver pelas imagens no banco e pelas suas recentes aparições em público, que não enganam e, pior do que isso, mais ajudam a desestabilizar a equipa e a ele próprio. Como não tenho competências - já nem interesse, diga-se - para apontar quais possam ser os «defeitos» ou as «virtudes» técnicos ou tácticos do actual treinador do Porto - assim como de outros treinadores ou equipas -, tenho que me resumir ao que transparece dos movimentos da equipa e das expressões dos jogadores, quantas vezes melhores indicadores do que verdadeiramente se está a passar, e que não me parece bom: demasiada pressa, passes errados, sensação de bola «a queimar nos pés», pontapés a torto e a direito, muitas das vezes para a bancada, num corrrupio de aflitos. Estas situações, em que de um estado «imaculado», por êxitos consecutivos, se passa para um estado «pecaminoso», de «vacas magras», não seria grave nem novidade para todas as equipas que costumam andar no topo - acontece a todas -, mas sim pelos antecendentes que podem prenunciar esse estado menos up, aqui residindo o que pode fazer a diferença. E aqui, neste antecipar, poderá estar uma das razões do actual momento vivido pelo Porto. Se a saída de Villas-Boas foi inesperada (seria, dado o percurso que vinha a fazer?...), já a ausência de um lote de jogadores sul-americanos, envolvidos na Copa América 2011, talvez não tenha sido devidamente acautelado o seu impacto na preparação da nova época, a que poderá acrescer-se alguma «euforia inebriante» motivada pelos títulos da época futebolística passada, se calhar propiciadores de alguma subestimação dos adversários internos, à semelhança do que parece ter acontecido, há dois anos, ao Benfica...Quanto à escolha da equipa técnica, pareceu-me (e parece-me) a única decisão com lógica, dado o timing em que teve que ocorrer. Depois, a saída de Falcão (na minha opinião, o melhor ponta de lança de há muitos anos a esta parte, incluindo melhor do que Jardel, pois se trata de um jogador completo, sem as limitações de Jardel), a substituição (que seria difícil) não foi devidamente equacionada, como se tem comprovado à saciedade. E aqui, sim, as responsabilidades poderão ter protagonistas..., se quiserem os tais «mercados» de que tanto se fala, mas pouco se conhece..., e onde se pode meter, no mesmo saco, a vitória e o desempenho de uma equipa de Chipre, o Apoel, que ainda há não muitos anos eram brindados, o país e o clube, com «abadas» de 5, 6 ou mais golos, e agora se qualificam para a Champions League (com o contributo de portugueses, note-se...), o jogo de hoje do Real Madrid, ao meio dia, por «conveniência» do mercado asiático, a dinâmica e os vencimentos nas SAD e em outros palcos, a turbulência grega e a a crise do euro... Mas isto são «outros» futebóis e, até ver, o que começámos a falar foi do empate do Porto, ontem, em Olhão...

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