28 março 2010

Zézé Camarinha e o óleo para fritar - solução de futuro?...

«Nós», a revista do jornal i, publicada nas edições de sábado, dedicava o seu tema, desta vez, ao Portugal e aos portugueses infiéis. A coisa prometia e ganhou um picante adicional lá mais para o fim da revista, onde um título badalava o seguinte: «Isto é notícia, senhores! O gentleman do engate arrumou as botas. Cansado das estrangeiras da Praia da Rocha e arredores, Zézé Camarinha decidiu dar outro rumo à sua vida. Pelos vistos, até o engate cansa...».
«Ó diabo!... - saltei eu da cadeira - tu queres ver que as «instituições» já não são (mesmo) o que eram?!..». Fui ver. Neste caso, ler.
A peça lá explicava do que se tratava, com o apoio do próprio Zézé Camarinha - ilustre personagem a quem, a partir de agora, vou passar a designar por ZC («Zi, Si», na pronúncia inglesa que ele tão bem domina e adorna), sigla e nome artístico que me parecem mais adequados à promoção e publicitação internacionais, quase um nome de estrela de hip-hop ou assim, para além de facilitar a referência ao longo do texto, que não deve ser nada breve, mas que ZC merece.
Mas não, meus supostos leitores: não falaremos aqui das façanhas do lendário ZC, agora sem o afamado bigode, no campo e no domínio que o tornaram conhecido internacionalmente - mesmo sem a sigla....! Não, meus leitores, vamos mas é falar do contributo que ZC, com o artigo de ontem na revista, carreou para o debate e a solução de um problema candente nas sociedades contemporâneas desenvolvidas: o da reutilização do óleo de fritar!
Pois, é verdade: ZC, ao reutilizar o óleo de fritar como óleo bronzeador, por razões de economia e uma das técnicas de sedução habitualmente utilizadas, segundo o artigo, deve ter feito mais pela política e pelas medidas sustentáveis para lidar com o encaminhamento e a valorização dos óleos alimentares do que os responsáveis e ou investigadores alguma vez tenham sonhado! Mais: fazendo as contas aos anos em que a «receita» era aplicada, o homem estava adiantado alguns anos a uma política que, pelo menos no nosso País, só agora começa dar passos mais consistentes! E isto, só para nos ficarmos no domínio da valorização de «resíduos»! Do pé para mão, até eu vejo e perspectivo desenvolvimentos noutras áreas, como a da perfumaria e do turismo sexual!...
Com efeito, quem, no seu perfeito juízo, não equaciona já o reboliço que deve estar a ocorrer nas grandes marcas de perfumes com a descoberta de que, mais do que qualquer fragrância ainda inalcançável, o verdadeiro segredo na arte milenar e no ofício da sedução pode estar alojado nas sementes de amendoim, palma ou girassol! Diria que é uma verdadeira «revolução coperniciana»: como se transformar num «Don Juan» através da aplicação generosa de óleo para fritar!
Avançando um pouco mais, não me custa acreditar que, dentro de algum tempo, que se deseja breve, alguns dos títulos e/ou diálogos mais ousados, repetidos e visualizados no écran sejam, a partir de agora, do tipo:
«Frite um pastel de bacalhau e sinta-se um Casanova!»;
«Empresta-me o seu óleo das batatas?...»;
«Qual é o óleo (de bronzear) que usas: o com o sabor a enguia ou o com a fragrância de polvo?...»;
«Se um desconhecido lhe oferecer flores... isso é óleo de palma!».
Por isso, meus ilustres «casanovas ou donjuans» em potência, no activo ou já reformados: se querem ou esperam algum sucesso, façam como o ZC e ajudem a encaminhar e a reutilizar os óleos alimentares. Pelos vistos, é eficaz, é barato e ambientalmente sustentável.
Para os vindouros, fica um mítico slogan do ZC, que até pode ser usado como lema ou, talvez, para uma campanha de mercado: «You are very white. You need cream. I can put on you. I am massagist. Do you want to try? Is the best in the market.».

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