27 fevereiro 2010

Dá tudo certo!

Para mim, há sempre uma sensação confortável em ver e regressar a um filme de Woody Allen. Uns filmes mais acarinhados do que outros, é um facto, mas sempre uma (re)visitação agradável. Foi o que se passou, mais uma vez, com o seu mais recente, «Tudo pode dar certo». Há uma predisposição favorável, reconheço, mas que facilmente se aceita e subscreve, porque gosto da forma como Allen conta as suas histórias ( e ele é um contador de histórias) e dá vazão às suas perplexidades, interrogações, fobias e outras coisas que tais, como a inteligência, por exemplo. Lá no fundo, penso que Allen quer e esforça-se para conquistar os seus espectadores, seja pela fidelidade aos seus temas e formas de os expressar, seja pelos diversos «artifícios» de que se socorre - pelo «seu» alter-ego, Larry David, (excelente!), pelas suas «heroínas» (a mãe e a filha), e mesmo pelos «secundários», que são os amigos» e os parceiros, femininos ou masculinos - assim como o «passe de mágica» que constitui a descoberta de David a «dialogar» para os espectadores: se isto não é uma tentativa de obter a sua «cumplicidade»?!... E nós vamos atrás.
«Tudo pode dar certo», pois, para que o filme se transforme num filme de «final feliz». E isso, convenhamos, também constitui uma das «magias» do cinema. Que, me parece, Allen procura sempre nos seus filmes, mesmo que, às vezes, se possa pensar o contrário.

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