Em menos de um fósforo
Há, nas expressões populares, uma força expressiva e um pitoresco telúricos dificilmente ultrapassáveis pela linguagem de características mais urbanas e formais. Lembrei-me disto por acaso, ontem, na rua, ao recordar-me de duas delas, que aqui anoto: «em menos de um fósforo» e «seco como as palhas».
A primeira, «em menos de um fósforo», procura retratar a duração e a efemeridade de um fenómeno ou de um momento. A segunda, «seco como as palhas» (aqui com dúvidas sobre se será o singular «como a palha» ou o plural «como as palhas»...), reproduzindo fabulosamente a situação de sede, fenómeno nada agradável, como se sabe.
Em ambas, há um apropriar da experiência corrente e comum, mas nem por isso menos rica, das vivências do quotidiano, transformada numa máxima de sabedoria popular e generalizável, ainda por cima com graça. E a riqueza de uma língua também se faz disto.
A primeira, «em menos de um fósforo», procura retratar a duração e a efemeridade de um fenómeno ou de um momento. A segunda, «seco como as palhas» (aqui com dúvidas sobre se será o singular «como a palha» ou o plural «como as palhas»...), reproduzindo fabulosamente a situação de sede, fenómeno nada agradável, como se sabe.
Em ambas, há um apropriar da experiência corrente e comum, mas nem por isso menos rica, das vivências do quotidiano, transformada numa máxima de sabedoria popular e generalizável, ainda por cima com graça. E a riqueza de uma língua também se faz disto.
Etiquetas: Escrita, Face(stories)
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