08 agosto 2006

Bom entendedor...

À procura de notícias televisivas, nos noticiários do almoço, sobre a situação no Líbano, fartei-me das que, em todos os canais generalistas nacionais, falavam de incêndios. Qualquer delas, sem excepção ou alinhamento diferente, dissertavam sobre a mesma matéria: fogos, meios aéreos, circunscrito, condições meteorológicas. Fiz um zapping!
E ainda bem que o fiz, pois fui aterrar na repetição de um dos programas do "Livro Aberto", que passa na RTPN e é da autoria de Francisco José Viegas. O programa fala de e tem os livros como matriz fundamental, servindo de âncora a conversas interessantes e cativantes com o(s) convidado(s) de cada sessão. Uns mais apelativos do que outros, é certo, mas sempre interessantes.
Como o exemplo que apanhei hoje, fruto do zapping e na sequência dos fogos, como expliquei. Estou a falar do convidado Fernando Pinto do Amaral, que foi uma agradável surpresa. Tom coloquial, despretensioso, com uma capacidade de entretecer fios de experiência diversa, pessoal e vivencial. Gostei. Fiquei com vontade, apesar da vista e cérebro duros para o seu principal mister literário - a poesia -, de ler mais qualquer coisa do senhor, para além de textos avulsos na imprensa. Parece-me mais do que merecido.
Gostei também da auto-promoção que o autor faz do seu programa. Num tom irónico - mas também resignado, diria eu - Francisco José Viegas despede-se dos seus telespectadores dizendo mais ou menos isto: "O único programa que passa à mesma hora em que, nos outros canais, estão a dar concursos, telenovelas e, nesta época, algum futebol...".
Quem quer ser bom entendedor?!...

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