13 fevereiro 2021

Grilo falante

Tenho vindo a verificar a continuada degradação dos textos, não da qualidade, note-se, pois a má mantém-se como sua marca distintiva, mas da estrutura, que se mostra cada vez mais periclitante, ficando-se a aguardar quando é que tombam de vez, e não por estarem maduros!...

Era bom saber-se no que é que o autor pensa quando congemina estas xaropadas, se forem na parte da manhã, ou épicos coxos, mais para o cair da tarde, daí a pergunta que se coloca, e que é pertinente: a que é que aspira...? A chegar longe, ou a ficar ao pé da porta...? E se for longe, tem um aparelho para medir a distância e cobrar os quilómetros...? 

Afinal, o que é que pretende: surpreender, maravilhar, enfadonhar ou entrar em órbita?... Criar um estilo ou imprimir frases em t-shirts, se em algodão ou noutro tecido?...

Quanto é que custa a entrada nesse seu mundo e como é que se pode reservar os bilhetes: ao balcão, por assinatura, através de rifas?... Por conhecimento ou cunha de poderosos ou poderosas?...

Onde é que tirou a certificação, credencial, diploma, carta de marear, reconhecimento aquém e além mar, sem esquecer os rios, riachos e ribeiras, passado em papel de embrulho, e, caso tenha, quem terá sido a alma peregrina, o iluminado ou iluminada que lhos passou ou assinou de cruz, provavelmente num dia de que não quererão recordar-se, tal a vergonha ou o embaraço?

Porque é que não se digna a tentar descobrir a chave dos concursos ou das lotarias e passá-los a cidadãos que se achem merecedores de receberem esse conhecimento, como é o meu caso, que ficaremos eternamente gratos, depois a gente avisa, ok.?

Um grilo indignado, mas pouco.

Assinatura ilegível.



 

 


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