Um dia no estúdio
Olhou para a tela em branco com fastio de desinteressado. Olhava para ela e ela retribuía o olhar, com algumas provocações pelo meio, como deitar-lhe a língua de fora ou fazer-lhe um manguito. Apesar das provocações, mantinha-se estóico e conformado, aguardando pela oportunidade. Que chegou de mansinho, pé ante pé, e que aproveitou da melhor maneira.
Colocando a boina, abotoou a bata e mergulhou a pata nos baldes espalhados pelo estúdio. Escolheria a técnica da pata alternada, de que era um exímio cultor, ensinada por um velho mestre de quatro patas, vadio mas culto, que aprendera nas ruas e bairros de Paris. Terminaria com a assinatura de autor, Senupe.
Etiquetas: Arte
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