26 junho 2020

Supermercado

Como todas as rotinas, a ida ao supermercado também tinha o seu quê de confortável. Antes que os incomodados digam alguma coisa (têm direito a isso), cortam-se-lhe já as vazas: também os não incomodados! Aliás, a discussão sobre as vantagens ou desvantagens das rotinas levava-nos longe, mesmo sem bilhete. Mas não vamos por aí, como diz o poeta. Quem?, não sei ou talvez saiba. É um mistério para possíveis leitores.
Mas dizia-se que as idas ao supermercado têm o seu quê de confortável. Saber como e porquê é o que interessa.
Primeiro, sabemos com o que contamos. Entramos a querer azul e saímos com cor-de-rosa. Pesamos meio quilo de fruta e sai-nos um quilo de carne, temperada em vinha-de-alhos e com duas coca-colas de brinde, veja lá se não quer três! Dos dodot para a criança e as fraldas para a incontinência tratamos já daqui a nada, desviemo-nos agora para os cheiros e os aromas que há de toda a qualidade e feitio, melhores uns do que outros, é certo, mas que se lavam não vá o diabo tecê-las, e ele nesta matéria costuma ser competente.
Chegados às caixas não custa nada, o dinheiro de plástico abre as portas todas. Incluindo as do céu.

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