Des(encoberto)
Maldita a hora, pensou, em que deixara o guarda-chuva numa parte qualquer... Esquecera-se e agora precisava dele, apesar da chuva não ser muita. Olhou para o céu à espera de um milagre, sob a forma de uma aberta, mas não teve muita sorte. Resolveu arriscar e colocou uma capa pela cabeça, talvez se safasse... Começou a andar com a ligeireza possível e cruzou-se com uma alma deste mundo, assustadiça, por sinal, que num ápice se lhe cai aos pés e que por pouco não pisava, pois a visibilidade era pouca, o que não surpreendia, mais não sendo do que um nariz a espreitar no meio de uma capa do que olhos atentos a encontros deste ou doutros mundos... Voltou a maldizer a hora e o esquecimento, agora que se via numa situação em que, não lhe bastando o incómodo provocado pela chuva, ainda teria que lidar com uma semi-desfalecida, a balbuciar que «ainda não estava pronta, mas que mesmo assim se arrependia»...
A chuva aumentava, entretanto, e a alma aos seus pés não se calava, o que o deixava num dilema: ficar com ela e molhar-se completamente ou pôr-se a andar e molhar-se na mesma, mas menos. Teve sorte, desta vez, e não teve que escolher nenhuma, se bem que estivesse tentado pela segunda... Não foi preciso, pois a chuva fora-se e o sol começou a raiar. Como já não precisava dela, retirou a capa e deu-a à alma a seus pés, que se restabelecia, pouco a pouco, recomendando-lhe que a pusesse na cabeça, por via do sol, que começava a ser forte, para evitar camoeca semelhante à que tivera, desta vez provocada por uma possível insolação e não por uma visão do além, sob a forma de nariz a espreitar. Com pernas e sem cavalo real...
A chuva aumentava, entretanto, e a alma aos seus pés não se calava, o que o deixava num dilema: ficar com ela e molhar-se completamente ou pôr-se a andar e molhar-se na mesma, mas menos. Teve sorte, desta vez, e não teve que escolher nenhuma, se bem que estivesse tentado pela segunda... Não foi preciso, pois a chuva fora-se e o sol começou a raiar. Como já não precisava dela, retirou a capa e deu-a à alma a seus pés, que se restabelecia, pouco a pouco, recomendando-lhe que a pusesse na cabeça, por via do sol, que começava a ser forte, para evitar camoeca semelhante à que tivera, desta vez provocada por uma possível insolação e não por uma visão do além, sob a forma de nariz a espreitar. Com pernas e sem cavalo real...
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