Fogareiro
Tirou do bolso um pedaço amarrotado de tempo e usou-o para pensar. Custava-lhe fazê-lo, mas tinha que ser. Deixou-se ir devagar, como se metesse a primeira. Depois, correu a caixa toda e, num ápice, meteu as mudanças que se impunham: segunda, terceira, quarta e quinta, acelerando sempre. Resolveu parar o pensamento e encostou à berma, não fazendo o pisca. Estava a puxar o travão de mão, quando o bater no vidro o fez regressar da pensada viagem.
_ Está livre?
_ Não.
_ Não quer fazer o serviço?
_ Não.
_ Porquê?
_ Estou na minha pausa para pensar.
_ Está livre?
_ Não.
_ Não quer fazer o serviço?
_ Não.
_ Porquê?
_ Estou na minha pausa para pensar.
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