O Avarento
Ocupa um lugar não disputado na memória, que é o de única composição em verso que decorei e continuo a reproduzir sem falhas. Trata-se de um epigrama, sei-o agora, e conheci-o e aprendi-o sob o nome de «O Avarento», desconhecendo, até ontem, o nome do autor, Bocage, e o título original: Epigrama imitado. Não podia estar ausente deste espaço, reproduzindo-se tal e qual, com a vénia e o respeito ao seu autor, bem como (porque não?) a quem possa assentar a carapuça...
Epigrama imitado
Levando um velho avarento
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.
Certo doutor, não das dúzias,
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.
“Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso.”
Bocage
Epigrama imitado
Levando um velho avarento
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.
Certo doutor, não das dúzias,
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.
“Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso.”
Bocage
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