Toque de campainha
Era uma pessoa simples e crédula, com pretensões à escrita. Quando se defrontava com a velha questão acerca da inspiração, se a criação literária devia ficar à espera dela ou não, ficava sem saber o que fazer. Por isso, aconselhou-se. Disseram-lhe para escrever uma carta à inspiração, pois não aceitava mails, e marcar um encontro para troca de ideias, se possível sentados. E assim fez. Como era uma pessoa simples e crédula, acreditava que quem a aconselhara o fizera por bem e esperava todos os dias pela resposta. E era vê-la, tão simples e crédula, a abrir a porta sempre que lhe tocavam à campainha e a perguntar: «És tu, inspiração?» e a receber «Publicidade!» como resposta .
Etiquetas: Historieta
<< Home