29 setembro 2013

Boato(s)

O Boato acercava-se e fazia por meter conversa. Já todos o conheciam e à conversa também, mesmo que mudasse o tema ou os protagonistas. Havia quem fosse amigo dele, outros nem por isso. Alguns desses amigos eram falsos e já o tinham avisado, sobretudo os verdadeiros, que gostavam dele. Também era sensível e melindrava-se com o que dele diziam, às vezes boatos. Seguia em frente, porém. Um dia emigrou, deixando os amigos tristes e os falsos contentes. Mais tarde se soube dele, embora sem muitas certezas. «O Boato morreu» - diziam uns - «O Boato está vivo» - afiançavam outros. Por via das dúvidas, perguntaram ao Consulado se sabia do Boato e se estava vivo ou morto. Até à data ainda não responderam a quem perguntou. Consta. Mas isso são boatos.

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