28 setembro 2013

Ordens

Pegou no aspirador de folhas e dirigiu-se para o seu posto, como era de hábito e função. Quando o ligava afastava os transeuntes, enchendo-os de pó e de barulho, mas não ouvia os impropérios (que os havia e não eram poucos, muitos entredentes). Aos que se queixavam, respondia: «São ordens». Entretanto choveu, que já não era sem tempo e os transeuntes e a terra reclamavam. Nesse dia o aspirador não servia para nada (e ele já sabia), levando o homem a dizer, entredentes, por doce ironia: «Foram ordens».


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