19 setembro 2012

360

Perante uma situação de bifurcação, a indecisão deve ser a reacção inicial mais generalizada. Apesar da origem comum e de uma estrutura (aparentemente) idêntica, o confronto com e a necessidade de escolha por um dos «ramais», «caminhos» ou «opções» não é feito sem intensidade dramática ou questionamento ético, nas decisões mais inócuas ou nas fundamentais, apesar de se admitir uma graduação entre os dois limites: queira-se ou não, acredite-se ou não as escolhas implicam sempre escolher algo ou alguém em detrimento de algo ou alguém. E isso tem consequências, queira-se ou não, acredite-se ou não. Sempre.
O filme 360 dá-nos conta desta evidência, ajudando-nos a reflectir sobre a cadeia de conexões nas sociedades globais ou crescentemente globais, numa interessante análise sobre a circularidade do fenómeno, ainda que não apreendido como tal.
Mesmo que o tema ou o filme não fossem apelativos, a interpretação de Anthony Hopkins tem momentos sublimes, sobretudo aquele em que é recriada uma sessão dos Alcoólicos Anónimos, um daqueles em que se é obrigado a dizer: «Memorável!».

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